segunda-feira, 12 de abril de 2010

um conto rimado (sem titulo... mas rimado...)





aqueles que tem tato
e assim podem ouvir,
aqueles que não enxergam
por isso mal podem saborear, sentir.

Quero contar-lhes uma historia,
um conto sobre dias comuns,
sem arcadismos,
repleto de incoerências,
lacunas, sem solução,
pois bem, começarei de antemão.

A historia tem inicio,
no começo...
eram duas crianças,
sem vicios,
sem profundos desejos,
eram infância.
eram harmonia,
pois não conheciam o medo,
a infelicidade, a discórdia.
não havia para eles a necessidade, a esperança,
pois conviviam bem com o etéreo,
eram lembrança,
daquilo esquecido.

Mas como tudo na vida
os momentos são movimento,
sensações turbulentas, puro, intenso.
a calmaria da relação entre as crianças,
hora era intensa,
simplesmente, apenas...

e foi de uma discussão que o atrito,
sem vontade, formou-se,
forte momentâneo, crescente, intenso...
tornou-se briga, tornou-se desgastante... cansaço
formou-se
algo indesejado.

E sob a moradia em que estavam,
ouviu-se gritos, gemidos, choros... tristeza....
medo tiveram,
pois não eram eles quem gemiam,
eram leveza,
e rapidamente se esconderam.
pois as portas se batiam...
se separam,
a garota trancou-se no quarto protegida,
apavorada...
triste,
estava só não se sentia forte.

já o garoto recuo-se esperou cessar
tudo aquilo...
esperou em vão, desejou correr, fugir, escapar...
sabia não ser forte, tinha medo,
tudo era incompreensível,
saiu pela porta, tinha medo...
correu até esquecer...
esquecer...
tudo o que vivera,
não havia mais lembranças,
cresceu forte, alheio a tudo que acontecera,
achava não ter infância,
Sentia-se órfão...

a menina também cresceu...
tornou-se moça,
tinha em sua mente a memoria viva,
e por muito tempo tristeza sentiu.
crescera alheia, sabendo o porque...
estava só, sem desejar crescer.

queria reviver para sempre a felicidade passada...
a boa infância vivida.
Tudo aquilo que o garoto, já homem, esquecera,
postergara,
ao fugir,
ao correr sem remorsos sentir...

E por muito tempo a realidade foi esta...
o distanciamento,
o esquecimento,
que com o tempo logo alcançou a moça.
sem desejar as lembranças foram se tornando vagas,
até o ponto de esquecidas.

e a historia senhores por mim teria este fim...
mas não o destino, a vida é dúbia.
E este conto tem dois finais.
o primeiro fim
é este, a felicidade e a paz...
resguardada pelo esquecimento daqueles dias,


o outro fim
é de todo belo também,
pois sim...
a moça esquece o o que ocorrera também,
mas é hora do rapaz recordar,
sem perceber em um dia comum, este está a procura
de um novo lar,
um novo lugar...

e sente atração por uma velha moradia,
antiga, desabitada a muito tempo,
mas para ele instintivamente bela, uma fabulosa moradia...
esta era sua antiga morada
(previsível não), sua bela morada,
recorda ter abonado esta a muito tempo...
recorda ter conhecido uma menina,
apaixonado pela lembrança
do algo perdido...
inalcançável,
tudo muito trágico,
tudo inviável,
parte a busca dela...
mantém sua morada viva,
mas vez ou outra a busca,
a procura...
deseja revê-la,
nada mais,
há na realidade um toque de jamais,
que fere suas esperanças,
suas lembranças,
seu coração,
e por mim a historia teria seu fim aqui,
mas não é aqui
que termina...
sem emoção,
desolado, esquece a procura.
há apenas em suas memorias, revive o passado
e decide passar uns dias fora,
esquecer por hora,
já que desistiu de procurar,
de buscar...
o que lhe faltava.
foi a caça, a pesca, foi em busca de uma pequena aventura...
podem pensar que de sua pesca
trará a bela moça fisgada,
mais um engano.
quereis pensar a historia ter seu fim
assim,
romantico,
belo...


mas não
a enganação
é o ponto chave deste conto,
cansada de jornadas a moça busca repouso,
sem se dar conta,
encontra uma casa renovada
de janela entre aberta...

(desculpem-me pelo descuido)
mais foi desta forma
que pela primeira vez,
de uma vez...
na infância o pequeno rapazote pulou a janela,
não se sabe porque, mais foi assim que se encontraram...
ele e ela,
repetem-se os passos, mas desta vez é ela cansada,
buscando um descanso, uma parada...
retorna o rapaz contente,
incessante,
da caçada esta satisfeito,
de uma certa forma satisfeitos estão,
após três dias distante está revigorado,
da mesma maneira que a moça.

por acaso, sorte... não sei bem...
este abre a porta e a encontra de saída...
fugida... assustada,
não sei bem
ao certo os fatos,
se esta tenta fugir e ele a agarra,
se ela retorna e se recorda...
sei que o episódio
torna-se risada,
sei que passam a relembrar,
se dar conta
do transcorrer disto...
revivendo o esquecido, já vivido,
sob o olhar da mocidade,
na mesma moradia, em um ato de simplicidade.

longa... exaustiva, nem dormi...

sexta-feira, 9 de abril de 2010




euforia, loucura, agitação.

estranho... não há em mim...
qualquer sensação
sob a cama me encontro em repouso
incapaz de sentir...
estou mais magro, nada restou
apenas... ossos
secos, sem vida, não sei o que sou...

mas nada mais me aflige
não tenho medo, pois não há mais nada,
estou imóvel, incapaz, sem desejos...
sem calor, sem tato... sem dor,
não há mais curiosidade,
nem força ou vontade.

e ao meu a lado agora vejo
não claramente... pois ainda é noite
uma moça sem face, pálida
pela fraca claridade que atravessa a penumbra
pela janela,
assim como eu está imóvel,
não sei se infeliz... se chorosa...
apenas está lá, imóvel...

jamais pensei estar bem nesta situação,
ao fundo a luz torna-se a cada instante mais forte
percebo-me mover e cair

(como um corpo sem vida sob o chão me encontrei... mas ainda era um corpo)
acordo suado e com medo,
não de tudo aquilo que ocorreu...
durante a noite, mas por ter retornado...
poder sentir novamente... vulnerável!

era tarde... estava atrasado,
parei de chorar e segui em frente...


realidade as avessas... ou será que não...