sábado, 30 de junho de 2012

como os de um andarilho solitário meus sonhos são vazios,
a noite um sono inquieto é a única coisa que me aguarda.
lençóis frios e enrugados sobre a cama.
minha sombra apática e opaca se demonstra mais apaziguada que eu,
sou fino fio
de memória, lembrança perdida de alguém que se esqueceu
ou melhor abandonou um pouco de si para seguir em frente.

mera lembrança caminhando sobre os vales do esquecimento,
mais uma lembrança perdida em meio a tantas outras.
uma taça de vinho derramada sobre o carpete,
a taça quebrada reflete os momentos que se passam,
uma briga, choro, euforia, as sombras
sobre a parede, os reflexos das silhuetas sobre a taça quebrada.

nesta mistura de sensações suprimidas,
ama-se e odeia-se,
todas sensações verdadeiras esquecidas
postas em um caldeirão borbulhante sempre fechado.

somos material de fabricação própria,
o grande dilema é o que se faz com a matéria obsoleta.