quarta-feira, 4 de setembro de 2013

the man looks on his shoulder,
it's heavier, as if there was something pushing him down,
"it's the weight of the dreams", somebody once said,
"that's when you know you grown older,

the ground start's calling you".

walking through and around,
life flows with him, and happiness
has not the same meaning to him.

because he lives in the middle of this lands,
he walks between, the past, the present and the future,
and when he becomes an elder,
he'll be young as a kid.
And he will have lived enough to wish to live again.

The moments are passing through me,
I'm dying and living again, and again.

So tell me, my love,
what more?
The Silence talks loudly
when we are alone,
i want to live more and before
my life is done,
so i try to let my life fly away as it slips.


...

Chora sabiá,
canta pra mim,
o que você viu?
eu quero sentir também,
o que você não sentiu.
canta sabiá.

sabiá canta as tristezas dos outros,
você já viu sabiá chorar?
ele chora calado.

Porque amar é se perder sozinho,
e deixar para trás o que já se foi,
me dá esse vinho,
pois eu, você foi,
canta sabiá, que eu quero saber,
me ajuda a beber.

Embaixo dessa árvore,
que já viveu tanta história,
que já conheceu tantos amores,
revive pra mim as tuas memórias.




foi você quem disse que sabiá
não sabe cantar bossa-nova,
mas parece que você mentiu...

não, não menti, também não sabia,

hoje vi o joão-de-barro só,
quando o ouvi cantar,
um canto choroso,
a tristeza passou por mim, tocou meu ombro,
e chorei também.

parecia estar frio,
e ele encostado em sua casinha
como quem não espera mais ninguém,
canta sozinho.

ele olhava para tudo que ela ajudou a fazer,
sussurrando palavras desconsoladas.

não havia nada para se dizer.
e ninguém realmente iria lhe "ouvir",
pois ele assobiava para si.

não existia nada
além do barro
esperando
um futuro que não vai mais chegar.

terça-feira, 16 de julho de 2013

pelo medo.

do medo de morrer sozinho
vem o amar desajeitado,
o carinho desesperado
e o sorriso vazio.

Por medo da(´-se) solidão,
me afogo em carícias vazias,
em amores secos,
e resseco meu coração.
Em minha insanidade jazia
a minha razão, a lógica inquestionável de meu "eu".

Sou frasco vazio sobre a luz do fim de tarde
luz transpassa a janela da sala,
formas sobre a parede
dançam no caminhar do tempo que passa.
Mas em mim fica o medo da solidão,
o estar só mesmo acompanhado,
estar em meio a multidão
e ser um desconhecido,
pois eu me recuso a olhar o meu "eu".

Ávido pela vida,
busco e me perco, por vezes a deixo de saborear,
mantenho aberto minhas feridas,
pela dor sei que estou vivo, mas tenho medo de amar.


foto do filme "renoir" - (2012)


domingo, 17 de fevereiro de 2013

a boca seca,
os lábios meio manchados pelo vinho recém tomado,
o copo vazio,
o olhar enverga
sobre a sacada
e o sabor da uva ainda se encontra na garganta.
mas o vinho já acabou.
o devaneio bom do presente e passado
que a bebida me trazia já passou
e hoje a noite não tem lua,
somente estrelas,
será mau agouro?

a nudez da rua
inspira os passos sobre o peitoril da sacada.
(uma noite sem estrelas pode ser bela)
penso sobre os pesos que carrego,
mas agora parecem leves,
só amanhã saberei seu real peso,
pois hoje a noite valsa comigo,
e a dança não promete ser breve,
quantos beijos me escapam da senhora?
te vejo
todos as noites, mas não hoje, senhora.

saudade é ter tido você aqui por um instante
e agora ter que ver o tempo passar,
sonhar sobre a sacada,
enquanto tu, de mim, foges,
pois por hora não estas completamente comigo

Scarecrow


a breath of despair
came from me by reality,
but i was nothing else than a dream
and as a dream i could walk forward.

everything is frightening,
the nightmare is part of dreams
and inside this void there is me.
A scarecrow on the field
fighting against the crows
that only wish to tell me their stories.

I'm the motionless fear
of myself
and the crows ask themselves, as i do,


"what am i capable of?"