terça-feira, 4 de dezembro de 2012

in a glass of water.

"the stars were there much before us"
"A fair mistake, young child,
i was the one who climbed the sky and set fire in dark,
so that i could see when you come"

"but i was not here yet"
"And you didn't need to be"

"i walked through earth for many years and days,
i am dream material and, as much as it is true,
i was here much longer and before than any creature."

"you all are beings of my own creation,
and yet i'm a being of yours."

"everyone should know, the young and the old,
Creation is a paradox,
and i'm made of it,
for the matter we all are.

Young dreamer that climbs the walls of my kingdom,
look around and see
my walls are in the middle of reality
and such as it's true, my realm is just fantasy.


One day walking through earth,
no life walked in the dark, no form existed in the shadows.
He climbed the sky and on the shadows he put fire.
so when he walked down there were flames in sky,
and life could choose to prosper at night,
or at day.

So to see life and guide when the flames were less strong,
he left one of his eyes,
and that eye shined much more than the flames.

old is the man that seek water
to fill his old flesh,
and wisdom do not come with the age,
it comes for the time you lose yourself
in my dreams. And the wiser men
might never walk through this earth again,
lost at my realm,
incapable to see what they don't want,

even though they might miss the flames in the sky.



domingo, 2 de dezembro de 2012

na torre mais alta de meu castelo,
darei luz a um ser, darei vida ao nada.
Da carne, do osso, do sangue,
vinho doce que derrama sobre o corpo
e ao corpo clama.

suor que escorre a pele,
na torre mais alta de meu castelo
serei rei, como sou senhor de meu copo
e de meus delírios, farei do meu devaneio carne,
farei meu amor real, darei vida,
darei sede, darei fome,
o vazio será cheio e ao caos darei alma.

Da torre de meu castelo
eu vejo o horizonte,
nesta torre estou mais perto
da lua e das estrelas,
são a fonte
dos meus sonhos, a razão de meus desejos.

Apenas eu vivo em meu castelo
e ele existirá, enquanto eu o quiser,
sua altiva e formas belas
são minhas e nele eu vivo só.

o vinho que bebo inunda suas fontes,
vivo só em meu castelo,
procuro o horizonte e as estrelas para me acompanhar,
sou senhor de meu mundo, rei deste lugar.

amar é caminhar descalço sobre a terra
e mergulhar-se em sonhos inacabados.
caminhei demais por esta terra,
andei por seus corredores, bêbado.
só um sonhador faz um castelo,
para sonhar caminhar por ele com mais alguém.

Aqui não há ninguém,
só eu e meu castelo,
só eu,
delírio feito em carne, errante cego
que se recusa a ver o céu,


por temer ser diferente que em suas fantasias.
na torre do meu castelo talvez eu seja feliz e sorria.




domingo, 25 de novembro de 2012

smoke in the wind,
my breath burns,
as if my lungs were full filled with fire,
my heart pump charcoal into my veins.

My sight seems blind,
because it's filled with the shadows of the past
and the ghosts of the future hunt me,
as i walk through the alleys as a stun man.

every step hurts my soul,
because there is not much left
of it, and i ask for my old lovers,
what happened in past is long gone.

The sun shines on the sea-line,
the fog walks around me,
creating deceptions as i walk alone.

i see lady forms in the smoke,
i hear laughters on my hears,
i drink the last drops of the wine in the bottle,
through the glass i see myself,
as empty as the bottle,
the sun keeps rising, the time keeps flowing,
while i try to hide what's left of me in the clouds.

...

"you should never walk in a lonely road,
even though we all follow our on paths"

i walk in the alleys of life, while my burden keeps growing
and making me wish to leave it,
but i wonder what is waiting for me on the next corner,
a new passion, or a new blame to keep.




terça-feira, 6 de novembro de 2012

perfume sobre o lençol da cama,
as curvas e rugas no lençol nada representam
em comparação ao perfume dela que exala a cama,
os passaros cantam.

E meus ouvidos entre abertos caminham pela meloodia,
enquanto arrasto meus pés pelo quarto.
Caminhei pela noite acordado,
apenas para caminhar pelo sonhar no amanhecer do dia.

No chão garrafa entre aberta de vinho,
apenas 1/3 de seu conteúdo ainda persiste.
contrariando toda a probabilidade
de devaneios e sonho que tive ao longo da noite,
meu coração reverbera uma estranha saudade,
sou um dom quixote a lutar contra o moinho.

o chão do quarto trás um frio conforto
a um corpo quase tão frio quanto
a surperficie em que repousa,
tomo o doce mel que me mantivera vivido
ao longo do anoitecer em trevas.

mergulho em um sonho mórbido,
enquanto acaricia meu rosto o sol
que sobe crescente ao céu,
sonhos são primaveras e outonos
que vieram ou nunca existiram.

assombram, os delírios, construindo um véu,
neblina fina, que sabemos irá desaparecer,
ao conquistarmos um momento mais são
e o sol chama arrastado a luz do amanhecer.



segunda-feira, 29 de outubro de 2012

be aware of the ones that follows their heart,
they are not to be trusted,
because we live in a world of deception and lies
and we are used to it.
We are all projections,
Delirium lies before us and everything is a true illusion.

the unspeakable truth shown at pure sight,
yet nobody sees.
be careful, because we want more, we wanted,
we wished and we perished, from the beginning, from the start.

always remember this advice,
so that you may try to be like that,
but do not lose your heart at the corner,
watch as i told you so, because indeed we are only mice
trapped at destiny's labyrinth, waiting to be forgotten,
and the only thing that claims inside us is the hunger.



quarta-feira, 17 de outubro de 2012

fumaça sob os pulmões,
minha respiração está empregnada pelo tabaco,
meus olhos estão sonhando,
um sonho distante, e sem emoções.

a fumança que se dispersa da minha boca
dança e se soma a neblina do nascer do sol.
amor esquecido dentro de mim morreu,
sou fumaça esparsa, e o frio reverbera a nuca,
esqueci-me de mim e o por-do-sol
ainda não chegou, acho que de mim talvez se esqueceu.

Canções das primeiras primaveras tocam meu coração,
banhado em fumaça,
sou casta vazia e sem emoção,
que espera o belo soar da mudança.

(dói a mudança, por que há destruição no limiar de toda a alteração, e somente de coração vazio, quando não se tem nada ou não há nada, é que se pode esperar calmamente a chegada da mudança, que sempre vem, e muitos por ela sofrem.)

(Nós somos a maior das alterações, pois somos capazes de mudar e ainda assim permanecermos os mesmos.)



Ulisses e sua Odisseia.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012


uma senhora de sorriso já velho,
sentada, ela olha, as pessoas caminham,
não. nada mudou. ainda assim o belo
sorriso chora, justamente por saber que nada mudou,
caminham e amam
as pessoas sós em seu ciclos de vida, "mas quem sou?".

Nada se sabe por de trás do espelho de ilusões,
se não de que se trata do engano,
mas a senhora entende o significado das enganações,
e ela sorri um sorriso cansado e velho.


(diz o trovador a parede, por não ter coragem de seguir o protocolo correto.)

terça-feira, 11 de setembro de 2012

- Obriga-me
- Obrigo-te a que?
- Obriga-me a viver
- ser infame
- não queres viver
- não quero, pergunta porque?

- não
- não, o que?
- não
(Disse o barro a mão)
(a boca sopra um ar quente)
(chora a criança. Escultura sobre o chão)
(Imagem do um só)
(do pó ao pó)

Duas palavras

Fazer, dormir,
faço tudo,
sonho nada.
Sonhei, sorri,
faço imundo,
sou nada.

Trabalho, durmo,
durmo livre,
só caminho,
trabalho triste.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

há uma certa beleza no inanimado,
em uma mesa em poeirada com um copo de água pela metade,
ou mesmo uma janela fechada.
como se uma presente demonstração do passado,
como se um resíduo da natural opacidade
que o esquecimento lentamente cria sobre as memórias.

Como se fosse possível observar o liame
entre a lembrança e o olvido.
Mas é bem verdade que se trata apenas da luz refletida
sobre uma vidraça, uma luz opaca em razão da leve neblina,
dançando por entre os fachos de luz. Ou mesmo luz refletida sobre o espelho
tocando fracamente pontos que a luz naturalmente não tocaria,
como pequenos pontos de luz amarelados em espaços escuros do quarto,
pequenos relicários, de lembrança e coisas que só haviam significância
no passado,
agora distante.



sábado, 30 de junho de 2012

como os de um andarilho solitário meus sonhos são vazios,
a noite um sono inquieto é a única coisa que me aguarda.
lençóis frios e enrugados sobre a cama.
minha sombra apática e opaca se demonstra mais apaziguada que eu,
sou fino fio
de memória, lembrança perdida de alguém que se esqueceu
ou melhor abandonou um pouco de si para seguir em frente.

mera lembrança caminhando sobre os vales do esquecimento,
mais uma lembrança perdida em meio a tantas outras.
uma taça de vinho derramada sobre o carpete,
a taça quebrada reflete os momentos que se passam,
uma briga, choro, euforia, as sombras
sobre a parede, os reflexos das silhuetas sobre a taça quebrada.

nesta mistura de sensações suprimidas,
ama-se e odeia-se,
todas sensações verdadeiras esquecidas
postas em um caldeirão borbulhante sempre fechado.

somos material de fabricação própria,
o grande dilema é o que se faz com a matéria obsoleta.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

febre.



no céu da boca o mais doce mel
se espalha até o centro da garganta,
enquanto a alucinadora febre
se espalha sobre a pele fazendo-a queimar.

Delirios escorrem como um grosso véu
de lama sobre os olhos, a dançarina canta,
o canto se repete em uma agonia obscura, sente
quem vive e aflitamente tenta acordar.

Mas o delirio é real,
a criança que chora é real,
a moça que um dia esteve aqui é real,
mais real do que eu.

Pois eu sou a febre, uma companheira desleal,
o falso amor que te aquece, amor bestial.
caminhas sobre um campo opaco e o horizonte parece desigual,
sufoco-te sem esforço sobre a cama, seu mundo é meu.

em um vão escuro em plena queda,
ao meu lado, vejo uma cabeça de elefante
sobre o corpo de uma criança, e a chuva é verde
e as plantas são vermelhas.

acordo suado, confuso, preciso de água,
tenho medo de me levantar, mas o faço,
caminho descalço até a geladeira,
o chão parece feito de espinhos.

a água que provo tem gosto de sal,
a água da pia tem gosto de sal.
fora da casa uma chuva forte começa a cair.
mergulho na chuva de boca aberta.

O muro, as arvores, as portas e as janelas começam a se desfazer,
como se feitas de areia,
onde havia uma porta ou janela, agora há apenas parede,
e eu estou em pé sobre a chuva em um campo aberto

ao lado de uma casa sem portas, sinto uma mágoa,
minha pele ferve como brasa
e a chuva é como alcool sobre uma ferida.
sobre uma fogueira vejo uma mão esquentando o ferro.

as labaredas dançam,
e meu amor sorri para mim distante,
pois ela é neblina e eu não consigo me mover, sufocado,
sinto calor incessante.

e acordo.