minha respiração está empregnada pelo tabaco,
meus olhos estão sonhando,
um sonho distante, e sem emoções.
a fumança que se dispersa da minha boca
dança e se soma a neblina do nascer do sol.
amor esquecido dentro de mim morreu,
sou fumaça esparsa, e o frio reverbera a nuca,
esqueci-me de mim e o por-do-sol
ainda não chegou, acho que de mim talvez se esqueceu.
Canções das primeiras primaveras tocam meu coração,
banhado em fumaça,
sou casta vazia e sem emoção,
que espera o belo soar da mudança.
(dói a mudança, por que há destruição no limiar de toda a alteração, e somente de coração vazio, quando não se tem nada ou não há nada, é que se pode esperar calmamente a chegada da mudança, que sempre vem, e muitos por ela sofrem.)
(Nós somos a maior das alterações, pois somos capazes de mudar e ainda assim permanecermos os mesmos.)
Ulisses e sua Odisseia. |
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