quarta-feira, 17 de outubro de 2012

fumaça sob os pulmões,
minha respiração está empregnada pelo tabaco,
meus olhos estão sonhando,
um sonho distante, e sem emoções.

a fumança que se dispersa da minha boca
dança e se soma a neblina do nascer do sol.
amor esquecido dentro de mim morreu,
sou fumaça esparsa, e o frio reverbera a nuca,
esqueci-me de mim e o por-do-sol
ainda não chegou, acho que de mim talvez se esqueceu.

Canções das primeiras primaveras tocam meu coração,
banhado em fumaça,
sou casta vazia e sem emoção,
que espera o belo soar da mudança.

(dói a mudança, por que há destruição no limiar de toda a alteração, e somente de coração vazio, quando não se tem nada ou não há nada, é que se pode esperar calmamente a chegada da mudança, que sempre vem, e muitos por ela sofrem.)

(Nós somos a maior das alterações, pois somos capazes de mudar e ainda assim permanecermos os mesmos.)



Ulisses e sua Odisseia.

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