quinta-feira, 3 de novembro de 2011



a cigarette on the hat,
a lipstick mark on the neck.
he cheated, he lied, he is walking on the saddest side of the street,
he has no glory, he is dead
in side, but he seems fine, he doesn't care
about who was the girl of the last night
and he is just enjoying walk while is still dark.

all nights awake, and at day he stays at the nearest pub,
walking everywhere, he doesn't know where to go,
he is following the path of the smoke.

the fog flows, he is sitting on the floor and
the women are looking at him, a man without past
and all they see is mystery, the unknown, in side of that poor man,
but all he promises is one night, a small chance to a bubble
of happiness. shallow is the next day, he wake up first and he knows the way out,
he follows the shadow of the clouds,
the clouds are his company and he doesn't need nothing else.


he was kind for every girl, but he vanished before they realized,
he doesn't love, he needs one night only,
and at the morning
there are just wrinkles in bed.

"So girls stay away from him,
because he doesn't know what is love..."
he is just a man
trying to walk in the shadow of the earth,
he has no face and he is everywhere,
a walker that can't sleep yet, because he knows a truth
that he doesn't want to share.


terça-feira, 1 de novembro de 2011

um suicida.





Conheci um rapaz que sonhava um amor,
sonhava beijar os labios de uma doce flor.

Ela era linda e de olhos carinhosos,
tão doce era o amor dos dois,
tão belos eram os sonhos do garoto,
eram dois belos amores,
segredos que nem um compartilhava ao outro.

O rapaz amava a moça
e a moça amava o rapaz,
o garoto ensaiava no espelho o que diria ao vê-la
e a garota imaginava a face do rapaz sobre as nuvens
no jardim da cidade.
Mas estes só trocavam olhares nada mais,
um sorriso da moça,
e a vermelhidão do rapaz, e a saudade
apertava quando a garota ia para casa
e o rapaz também.

Os dois cresceram guardando o amor,
outros amores vieram e o garoto perdeu o medo do amor.
Mas se ver não mais.
A moça e o garoto jamais.
Pois a moça se foi, e o rapaz
não amou mais ninguém e nada mais.



quarta-feira, 19 de outubro de 2011

meu copo está seco, logo eu também



bebe menino, porque a tristeza está fora do copo.
sonha rapaz, porque o ideal fantasiado é só o que é real.
quem brinca de bola é garoto,
quem caminha sobre o mundo é mendigo
e quem sabe tem!

Sonhos são desejos ainda não alcançados,
disse o homem antes das asas de ferro,
"sonhei que ainda estava com ela",
disse o homem comum, antes de beber mais um copo.
Pois quem pode tem e quem não tem somos todos nós.
"eu quero mais, eu quero tudo e mais o que você tem",
pensa um garoto esforçado que deseja o suor da terra.

tudo é capital, proteger o meio ambiente também é capital,
o sonhar já não é mais natural
e criar apenas por criar é reprovável.
"eu quero o mais doce mel
da mais doce flor"
foi-se o poeta, que venha o rico,
objetivamente seco, mas de doce luxo.
naturalizou-se o horror.

E as tradições são meios de sobrevivência.

"o que você faz da vida?"
"sou operador de maquinário industrial especializado na fabricação de pontas de lápis,
mas escrever é o que eu mais gosto de fazer".
"eu quero dinheiro", dizem os heróis vis.

Até doar é ato de egoismo, desejei que não fosse, uma vez.
Substituímos o doce rancor das virtudes
inalcançáveis,
pela a norma jurídica fundamental e o papel dinheiro.
A liberdade tem cheiro
e fede a "coisa" morta.

Mas eu sou feliz enquanto eu gasto,
enquanto eu como torta,
enquanto eu tenho.
"e quando não se tem?"
"feliz é o pobre que se preocupa com pouco"
"a vida do rico é ruim, vazia"
diz o rico, cheio de bebida e comida.
"meu copo está seco,
logo eu também".

joão sonha seguir o arco-iris,
mas tem medo de alcançar a ponta,
por causa do dinheiro, pois não saberia o que fazer com o que conseguisse.
então este apenas sonha,
tentando imaginar o que faria,
se um dia alcança-se a ponta do arco-iris.



sexta-feira, 2 de setembro de 2011

projeto haikai

fonte d'água,
o andarilho vislumbra e deseja
"beber da felicidade".



(Primeira tentativa)

segunda-feira, 2 de maio de 2011



Sorte dos que conhecem um poeta,
pois só poetas sabem interpretar os sentimentos dos outros
como nem mesmos nós sabemos,
somos confusos em nossos ideais, valores e perspectivas.

porém o poeta ver e entende,
assim como os passaros veem o vento
e manobram, serpenteando pelo ar, indiferentes.
triste também dos poetas que não teem

ninguém para ver e interpretar por eles
a vida em sonetos.


quarta-feira, 13 de abril de 2011




contornos de passaros esvoaçam entre nuvens sob os prédios,
caminhando entre vazios,
enquanto eu os vejo arranhar o vidro
quem me divide da realidade,
aqui tudo o que eu percebo é aquilo
que transpassa a minha janela fechada,
a sombra das coisas que refrataram e o acaso me deixou apreciar.

um mergulho sob um telhado, a sombra encosta as telhas,
sobe ao céu perfura uma nuvem e o céu chora, a chuva esfria o tempo,
a água coça a janela me passando uma doce sinceridade.
os prédios continuam no lugar, mas os passaros procuram abrigo,
um passarinho verde bate na minha janela,
mas a chuva já estava passando,
eu o pego, este cabe nos meus dedos e esperamos os últimos minutos de chuva.
logo ele vai embora me deixando um solstício de liberdade,
enquanto eu volto a um estado puramente... contemplativo.


quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

ela.



no inicio tudo era massa turva,
neblina pura,
então tornou-se chuva,
mas esta já não era doce, como as outras,
as gotas
da chuva eram amargas,
secas, sem cor ou ternura.
Com muito gosto tentei esquecer a amargura de tudo isto,
mas não podia, porque logo vinha,
a doce calmaria...
um doce riso,
um beijo e tudo era reflexo... sobras da outrora neblina,
sombras
daquilo que eu tanto me esforcei para apagar,
mas que, como a maré, também retornam
e chocam
sobre a areia opaca.

São trabalhos incompletos de alguém que não deseja
o fim dá obra,
porque sabe ser incapaz de alcançar a perfeição
que é esta obra inconsequentemente inacabada.

Passos sobre a areia,
que logo quando a maré chegar se apagarão,
e diante do cenário das ondas,
formam uma belíssima imagem de dois tempos,
o momento em que se faz as pegadas e as marcas sobre a areia,
e o momento em que o mar cobre as marcas com seu véu
e leva para o fundo as sobras de doces lembranças,
que somente ele compartilha, pois esteve lá, acompanhando o momento,
esperando sua vez de agir
ao nosso favor e apagar nossos vestígios
que são só nossos e de ninguém mais.

(meus cumprimentos a felipe spider, belíssima imagem)