quarta-feira, 13 de abril de 2011




contornos de passaros esvoaçam entre nuvens sob os prédios,
caminhando entre vazios,
enquanto eu os vejo arranhar o vidro
quem me divide da realidade,
aqui tudo o que eu percebo é aquilo
que transpassa a minha janela fechada,
a sombra das coisas que refrataram e o acaso me deixou apreciar.

um mergulho sob um telhado, a sombra encosta as telhas,
sobe ao céu perfura uma nuvem e o céu chora, a chuva esfria o tempo,
a água coça a janela me passando uma doce sinceridade.
os prédios continuam no lugar, mas os passaros procuram abrigo,
um passarinho verde bate na minha janela,
mas a chuva já estava passando,
eu o pego, este cabe nos meus dedos e esperamos os últimos minutos de chuva.
logo ele vai embora me deixando um solstício de liberdade,
enquanto eu volto a um estado puramente... contemplativo.


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