os lábios meio manchados pelo vinho recém tomado,
o copo vazio,
o olhar enverga
sobre a sacada
e o sabor da uva ainda se encontra na garganta.
mas o vinho já acabou.
o devaneio bom do presente e passado
que a bebida me trazia já passou
e hoje a noite não tem lua,
somente estrelas,
será mau agouro?
a nudez da rua
inspira os passos sobre o peitoril da sacada.
(uma noite sem estrelas pode ser bela)
penso sobre os pesos que carrego,
mas agora parecem leves,
só amanhã saberei seu real peso,
pois hoje a noite valsa comigo,
e a dança não promete ser breve,
quantos beijos me escapam da senhora?
te vejo
todos as noites, mas não hoje, senhora.
saudade é ter tido você aqui por um instante
e agora ter que ver o tempo passar,
sonhar sobre a sacada,
enquanto tu, de mim, foges,
pois por hora não estas completamente comigo
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