ópio diário...
afago tendencioso...
sobre o cansaço,
o infernal peso dos passos,
me refiz...
me reconstruí,
sobre as doces ruínas do que era,
do que me tornei após algumas eras...
...
....
respiro fundo...
e assim procuro em meu ser,
consistência, algo em que possa me ater,
mas tudo é novo... tudo...
dos passos...
retornei ao engatinhar,
estava cansado do rastejo, do caminhar...
fraco, sem real avanço.
meu corpo aparentemente é o mesmo.
pelo menos era não sei mais,
nada sei mais...
nada quero... nem espero.
minha memória era bela... mas está espaça...
tudo se esquece, o tempo apaga,
o ópio é o cotidiano,
esqueço o que passou, os sabores mundanos,
não me recordo mais do que gosto,
o que sou... estou reaprendendo,
tudo é novo.
e o passageiro...
parece me doce,
pois é só o que sei.
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