"é... É, é sim, a ponte dos desejos..."
caminhando sobre vales, ouvi alguém sussurrar,
ouvi diversas vezes alguém estas palavras falar,
curioso fiquei, decidir seguir os gritos,
as falas, os sussurros, os risos...
mais a cima havia uma casa simples,
na sacada haviam cadeiras e em uma delas estava um senhor...
de olhar fixo ao chão sussurrava, ria, gritava... até o instante em que viu-me.
ao ver-me aproximou-se aos tropeços,
sorridente olhou fixamente aos meus olhos
e perguntou-me se conhecia a ponte a qual falava,
dizia mais a frente estar ela,
sendo esta capaz de realizar a todos anseios,
dizia ele que cada passo dado sobre ela realizava-se um desejo.
para não contrariar tão curioso senhor finge concordar,
mas em meu interior eu brandia em risadas,
diante de tanta vivacidade segui-o até o local por ele indicado
lá havia de fato uma ponte
e quatro senhores lá estavam parados
ao aproximar-me um deles atravessou
tornou-se criança e saiu para brincar no bosque...
os outros riram contentes... aproximei-me abismado
e o curioso senhor já não estava ao meu lado.
o próximo da fila tinha uma face apática
e desejava preencher o vazio que havia em seu interior,
este era muito rico e honrado, mas sentia-se de alma fraca.
atravessou e a cada passo caiam joias parte de sua armadura...
ao fim toda sua riqueza na ponte ficara
e no outro lado havia uma belíssima moça,
com a qual este jurou amor e seguiu em busca de um bom lugar,
para constituir um lar
e viver com a moça.
o próximo desejava ter dinheiro, riquezas...
a cada passo juntava aquilo que outro deixara,
ao fim rico e feliz estava... seguiu cantarolando,
estava reconfortado...
o ultimo antes de mim desejava voltar para casa,
foi abandonado neste lugar a muito tempo por sua tropa,
desejava retornar ao seu lar,
não fazia idéia de quem era, mas queria retornar ao seu lar.
no meio da ponte sorriu e disse seu nome,
contente correu para o fim da ponte...
desaparecendo sem deixar rastros.
em um dos apoios da ponte havia algo escritos...
"vá e jamais retorne"
não sabia o que desejar,
olhei para trás e haviam diversas pessoas repugnantes,
se empurravam, trocavam injurias, todas queriam atravessar...
imaginei diversas coisas, mas não conseguia decidir,
comecei a andar, a correr e senti vontade de voar,
voei tornei-me um pássaro, a como é bom sentir,
senti-me livre,
mas ainda encontrava-me no meio da ponte,
desejei que esta deixa-se de existir...
e não olhei mais para trás.
feliz é o ignorante que não sabe desejar,
feliz é aquele que deseja o jamais,
aqueles que não sabem o que há por trás
de tudo aquilo que já ouve,
pois ao fim somos apenas animais
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