terça-feira, 17 de agosto de 2010




olhos fechados, não desejo despertar,
mas todos devem... uma hora irão
despertar,
mas eu agora não desejo estar desperto,
estou imerso em uma doce escuridão,
cansado, comprimido por um lençol suado
reflexo de pesadelos que tive nesta mesma noite,
e ao meu redor apesar de ter a certeza de só,
ouço o entoar de canções as quais não compreendo ao menos uma parte
e ainda assim ouço com vigor cada tom, cada som.

ouço o cavalgar da minha razão que caminha em meio ao pó,
e resmunga a respeito de tempos bons,
então ouço o tropeçar antecipado de minhas insanidades,
rindo todas elas enquanto catam lírios e fazem trapaças
inocentes, sem consciência ou reflexão,
e então eu me deixo acordar ao som de gralhas,
que se reúnem em meu jardim em uma doce discussão.


Nenhum comentário:

Postar um comentário