quarta-feira, 23 de junho de 2010

approach


ba... ba... baba...
ba, ba... bababa,
assim dizia meu coração,
batia, falava, gritava de emoção.

ba... ba... baba.... ba...
ba, ba... bababa...
arritmia era o que parecia ser,
estava nervoso, bastante nervoso,
todo aquele alvoroço
ainda me era pior...eu tinha flores, o que mais poderia ter,
fui falar com ela,
e meu coração a me dizer...
ba... ba... baba... ba...
(eu a achava muito bela)
a cada passo, meu coração modificava o compasso
me aproximei e minha boca seca engolia o que iria dizer,
bababababababa.... baba.. babababa...
senti o avanço,
ela sorriu e foi colher flores com um de seus amigos,
a minha flor já colhida beijou o chão... companheiro antigo...
e eu finalmente entendi meu coração,
ba... ba... ca.


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antigos momentos inesperados (a infância é cheia destes...), nunca tinha feito algo sobre isso.
(o titulo poderia ser também "fail flirt", mas approach é mais metaforico).

sábado, 19 de junho de 2010



sorte das crianças que desconhecem os prazeres da vida,
pois não beberam nem sangue na mão do diabo...
o doce sabor de acordar seco, fraco... morto.
ouça bem esta parodia linda,
estou cansado, bêbado... bobo.
sou parodia, somos parodia, estou torto,
sou espelho de meu ideal... caricato rodarimda.

Ah... que formosura,
descanso-me ao chão do banheiro,
sob a água nú inteiro
imaginando decepções futuras.

tropeço em desilusões,
pois é aquilo que tenho de mais palpável,
e visualizo minhas feridas, como um bom dacnomaníaco.
as gotas caem e não apresentam-me emoções.
amável choro que cai sobre mim... chuveiro amável
que derrama sobre mim suas mágoas e me conforta, pois sou seco.



quinta-feira, 17 de junho de 2010



later in night
i went on the sink,
i was unconscious, but i heard something,
i tryed to stay awake, but wasn't enough,
i fell down on the sink, i was into the pipe
trying to grab a bar... when someone turned on the tap
(it was me, trying to get rid of myself...),
i went with the water wishing wake up, all this was wrong.

going down deep on the water, i finally woke up, but in a strange place,
half dark, half green, half glue and deep in side red...
i was a swallow and my wings were broken,
i looked up and i couldn't see the ceiling.
so i started thinking about everything that happened... and i felt bad,
finally i am able to go up in the sky
see the clouds by up and inside,
but my wings
can't help me,
like i couldn't help myself on the sink.


terça-feira, 15 de junho de 2010

Reflexões de um relacionamento longo




As palavras se esvaem pelo ar
mais rápido que os fachos de sol acariciam tua pele,
vi-te a luz do dia em um dia de chuva,
senti-me chorar,
pois tiras-te minha voz ao sorrir.

o amor é reflexo dos impulsos,
queria-te,
mas já não sabia dizer-te,
conheci a ti em um dia de chuva,
mas as gotas não caiam do céu,
foi meu coração seco
que iludia-me crer em chuva,
pois amar é sentir...

Iludia-me ser chuva, ser sol.
amor é sentir ciúme
por saber não ter controle,
amei-te, agora, mais que amou-me tu
nesta singela troca de olhares.

Incompreensível amar sem conhecer,
pergunto-me porque,
mas então me dou conta de ser mais,
todo o dia redescubro-me nela,
pois a muito ela me conhecia e eu conhecia ela,
esqueci jamais,
desde o primeiro dia que a vi em um dia de sol.



(esta poesia tinha como objetivo participar de um festival...)
(dedico esta a minha pequena caracol)

segunda-feira, 14 de junho de 2010




os signos agora me confundem,
pergunto-me para onde foram as minhas palavras...

as que aqui residem não são mais elas,
perdi o tempo de vista
e junto dele se foram as palavras.
minhas palavras altivas
foram passear e esqueceram de mim,
palavras amigas,
perdi esse trem
e agora não sei coisa,
onde está coisa?
o trem onde está?
fui, foi, foram para lá...

amigos me digam,
por quanto tempo seremos
se pouco a pouco perco o compasso,
pois as palavras lentamente se descompassam,
para onde iremos amigos?
quando estas palavras apertarem o passo
e não sobrar mais significância
porque as crianças mudaram as coisas,
e a piscina não terá mais bóias
porque haverá o novo provocando me paranóia
e medo de nadar...

quero meus trambolhos, lorotas para mergulhar,
ainda que hajam novas coisas.
porque não sermos mais cadenciados...
arredios... apegados,
pois a frente há um rochedo
e não é interessante se apressar
por mais que a sereia seja bela.