quarta-feira, 21 de outubro de 2009



salão escuro
cheio de poeira e mofo...
com dificuldade me movo
não por não estar claro
mas por ter medo de apagar...
as marcas
do tempo e do passado.

por janelas sujas e amareladas
a luz penetra, me trás paz...
fachos de luz amarelada...
sigo seus traçados...
diante do ambiente pálido que isto faz...

imagino o glamour do passado...
as valsas e bailes...
olhares e sorrisos este lugar trouxe...
hoje tudo está meio que esquecido e apagado...
mas ainda vejo os passos
os movimentos e as formas
sobre a poeira e as velhas estruturas
o cortejo e os beijos
temerosos, ingénuos...

por instantes adormeci...
e senti...
como se naquele tempo vivesse
e vivenciei
cada passo...
sobre o som da valsa...
mas acordado,
agora vejo e me arrasa...
diante do esquecimento
que trouxe o tempo.


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